Disseram que faltava ódio no meu coração
Sim uma amiga querida teve a coragem de dizer isso para mim. Olha, pelo bem dela eu li Plutarco e ele diz algo mais ou menos como: “Amigo bom é aquele que fala na cara”. Okay, você consegue ter ódio no coração então fique, segue a notícia de que meu manjericão floriu. Ponto.
Eu plantei o manjericão em setembro e eu o como quase todo dia, e detalhe: já fiz 3 pés dele. #RESPECT
É claro que não tem ódio no meu coração. Mas tem raiva, a isso tem, veja: eu perdi o momento da flora focando na coisa errada, eu sempre faço isso. Então vou te contar uma coisa que está acontecendo: Eu mandei um relatório e nele tinha esse link. Pois bem, vamos falar de link hoje. Tá?
Mas antes, veja provas da quantidade de paz que existe entre eu e a natureza. Só para calibrar seu senso critico.
Sim, eu abraço árvores e faço carinho nas que eu encontro ao longo do caminho. Nunca ouviu falar em textura e amor a mãe natureza, não? Meu deus. Pare de se julgar, Rayssa.
Vamos a raiva, faz um ano que você está se cobrando esse exercício.
Questão:
Você já desenvolveu um sistema aberto e algum momento tinha um link e a pessoa não clicou e ignorou completamente a tarefa e morreu no flow?
Sim é esse o problema e terei discorrer e provavelmente irei procrastinar a solução. (Dito e feito)
Primeiro vamos ao início de tudo: eu desenvolvi o protótipo de uma IA que me ajuda a concluir tarefas sem que eu precise acompanhar, reduzindo meu tempo de atenção e foco em assuntos triviais ❤. Na primeira entrega tem um doc com um link para uma planilha. Simples, nada de um bicho sete cabeça, certo?
Alguns leem isso e falam: gênio e outros vão se escandalizar, desculpa. Minha mãe aconselha a não escandalizar ninguém, então vou explicar. Tudo começou com essa tabela:
Eu vi esse diagrama ser utilizado em muitas das minhas experiências de trabalho. Queria testar uma hipótese. E se… existe.
O usuário simplesmente ignorou a tarefa, decidiu fazer o produto final sozinho, em outra plataforma e me mandar o doc totalmente fora do que eu pedi e avançou sozinho. Como desenvolvedora eu estou vendo esse comportamento e me questionando: Não era só clicar no link? E alimentar o banco de dados?
Ele visualizou exatamente o que eu queria, mas não fez comigo, fez sozinho como um cavalo selvagem. Deve ser karma, não é possível. Ele continua a se negar a entrar no meu flow, preencher a planilha e me ajudar a ajudar ele. Sério gente, um pontinho fora da curva é problema de mais para ficar de boas.
Aí eu tô a 2 dias buscando a solução para a treta, né? Li partes do livro UX Writing, acessei os módulos do Cappacita MDT e pedi ajuda para uma amiga UX Design Pleno e falei d+ num grupo de discussão. A verdade é que as pessoas não conseguem me ajudar.
Eu sei o que o Adorno falaria nesse momento me rechaçando:
“Uma vez que ela [a crítica cultural] retira o espírito da dialética que este mantém com as condições materiais, passa a concebê-lo unívoca e linearmente como um princípio de fatalidade, sonegando assim os momentos de resistência do espírito.” (ADORNO, 2001, p. 13).
dialética
substantivo feminino
- FILOSOFIA
em sentido bastante genérico, oposição, conflito originado pela contradição entre princípios teóricos ou fenômenos empíricos.
- no platonismo, processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, através do qual a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias.
- no aristotelismo, raciocínio lógico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundamentado em ideias apenas prováveis, e por esta razão traz em seu âmago a possibilidade de ser refutado.
- no kantismo, raciocínio fundado em uma ilusão natural e inevitável da razão, que por isto permanece no pensamento, mesmo quando envolvido em contradições ou submetido à refutação.
- no hegelianismo, lei que caracteriza a realidade como um movimento incessante e contraditório, condensável em três momentos sucessivos (tese, antítese e síntese) que se manifestam simultaneamente em todos os pensamentos humanos e em todos os fenômenos do mundo material.
- no marxismo, versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na história da humanidade.
Eu amo Adorno
Então decidi: Sem planilhas, vou manter a dialética e não a crítica cultural.
Cheguei a fazer o que a estrutura criticada por Adorno observa, respirei fundo e perguntei. Peguei as fontes de estudo e esqueci. Fiz uma oração.
Percebi que o problema não era o botão, mas o sistema. E voltei ao desenho de uma ideia..
E se o erro funcionasse num grupo?